sexta-feira, 7 de setembro de 2012


Livros deuterocanônicos Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Série sobre a Bíblia Cânon bíblico e livros[Expandir] Desenvolvimento[Expandir] Autoria[Expandir] Traduções da Bíblia[Expandir] Manuscritos bíblicos[Expandir] Estudos bíblicos[Expandir] Interpretação[Expandir] Pontos de vista[Expandir] ver • editar Deuterocanônico (português brasileiro) ou deuterocanónico (português europeu) refere-se a alguns livros e partes de livros bíblicos do Antigo Testamento e do Novo Testamento que foram utilizados por um grande número de cristãos ao longo da História do Cristianismo, sendo considerados apócrifos no Judaísmo e pelos sucessores da reforma durante o século XX, iniciada por Lutero e Calvino no século XVI. Os deuterocanônicos não se restringiam apenas ao Antigo Testamento, os protestantes consideraram apócrifos também livros e trechos do Novo Testamento até o século XX. São eles Hebreus, Tiago, Judas, 2 Pedro, 2 e 3 João e Apocalipse. Assim como os livros deuterocanônicos do AT, estes também tiveram sua canonicidade contestada e negada por muitos séculos pelos protestantes. A alegação que se sustentava sobre os livros Antigo Testamento é a mesma que se sustentava sobre os do Novo Testamento o de que esses também ao semelhança do AT, tinham erros doutrinários, heresias e pontos claros antibíblicos. Índice [esconder] 1 Etimologia 2 Utilização teológica 3 Lista dos livros deuterocanônicos do Antigo testamento e Novo testamento 4 Os deuterocanônicos e a Igreja Primitiva 5 Origem dos deuterocanônicos do Antigo Testamento 6 Os Deuterocanônicos do Novo Testamento 7 Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Média e Moderna 8 Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Contemporânea 9 Deuterocanônicos nas primeiras bíblias cristãs 10 Bibliografia 11 Ver também 12 Ligações externas 13 Referências [editar]Etimologia O termo "deuterocanônico" é formado pela raiz grega deutero (segundo) e canônico (que faz parte do Cânon, isto é do conjunto de livros considerados inspirados por Deus e normativos por uma religião ou igreja). Assim, o termo é aplicado a livros e partes de livros bíblicos que só num segundo tempo foram considerados como canônicos. [editar]Utilização teológica O adjetivo "deuterocanônico" é originalmente aplicado a estes textos pelos cristãos, por considerarem ao longo da História do Cristianismo como inspirados e fazendo parte integrante da Bíblia. Sendo também a terminologia teológica correta aplicada a esse conjunto de livros. Além da Igreja Católica Apostólica, outras igrejas utilizam-se dos livros deuterocanônicos em suas Bíblias como sendo inspiradas (canônicas). O fato de não serem considerarados inspirados por alguns não caracteriza o descarte ou na desvalorização desses livros. Esses livros são considerados patrimônios históricos da fé e das verdades cristãs antigas, pois refletem e fizeram parte das crenças cristãs ao longo da História desde o primeiro século, sendo portanto de grande valor literário e religioso. Martinho Lutero, reconhecendo a importância dos mesmos para a formação cristã, incluiu na sua tradução da Bíblia para o alemão estes livros em apêndice.[1] Lutero chegou até mesmo não considerar canônicos Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse, que na sua tradução da Bíblia para o Alemão deixou-os num apêndice sem numeração de páginas. Historiadores e eruditos modernos chegam a pensar que o fundador do Protestantismo rompeu arbitrariamente com o cânone tradicional da Cristandade, que perdurava intacto há mais de mil e quinhentos anos, de maneira intencional, pois nos Livros Deuterocanônicos existem passagens que colidem com as teses luteranas contra o purgatório, contra a oração pelos mortos (Livro dos Macabeus), e contra a doutrina da sola gratia (Carta de São Tiago), que o ex-frade agostiniano chegou a denominar de carta de palha. Desta maneira, forçou o protestantismo a se aproximar, quanto ao Cânone Bíblico veterotestamentário, da tradição farisaica do Concílio de Jâmnia, que reconhecia como inspirados somente os escritos em língua hebraica e aramaica. Porém, essa posição não foi reconhecida pelos judeus de Alexandria, excluídos propositadamente do concílio, pois defendiam o texto da Septuaginta, o qual ainda hoje, reconhecem a inspiração divina nos deuterocanônicos. Em Israel essa tradição alexandrina é seguida pelos judeus oriundos da Etiópia. Além da Igreja Católica Apostólica, outras igrejas utilizam-se dos livros Deuterocanônicos em suas Bíblias,como exemplo temos: A Igreja Anglicana Igrejas Ortodoxas: Copta, Siríacas (ou Siriana, ou Síria), Grega e Russa; A Igreja Maronita. O assunto da autenticidade e do valor teológico desses livros foi tratado nos seguintes concílios e documentos papais: 360dC. - Concílio de Laodiceia, - Inclui o cânon bíblico de 73 livros. 382dC. - Concílio de Roma, - Inclui o cânon bíblico de 73 livros. Este concílio teve quase os mesmos que participaram do 1º concílio de Constantinopla. 150 bispos participaram. 393dC. - Hipona I, regional - do mesmo modo do anterior. 397dC. - Cartago III, - do mesmo modo dos 2 anteriores. 405dc - Carta "Consulenti Tibi", a Exupério, bispo de Tolosa - Papa Inocêncio I, 20.02.405, confirmou cânon bíblico de 73 livros. 417dC. - Cartago IV, - confirmou cânon bíblico de 73 livros. ~495dc. - Decreto Gelasiano - Papa S. Gelásio. 520dc - Decretado pelo papa S. Hormisdas. 692dc - Concílio de Trulos, confirmou cânon bíblico de 73 livros. 787dC. - Segundo Concílio de Niceia, Ecumênico - implicitamente confirma o cânon dos 4 concílios anteriores. Participaram 350 pessoas, 308 bispos ou seus representantes. 1442dC. - Concílio de Florença, Ecumênico - Reafirma explicitamente o cânon de 46 livros no AT. No final chegou a ter 117 católicos e 31 ortodoxos. 1545-1563dC. - Concílio de Trento, Ecumênico - Reafirma explicitamente o cânon de 46 livros no at e fere de anátema quem os rejeitar. "O Sínodo... recebe e venera todos os livros, tanto do Antigo como do Novo Testamento... assim como as tradições orais." [...]"Se qualquer pessoa não aceitar como sagrado e canônico os livros mencionados em todas as suas partes, do modo como eles têm sido lidos nas igrejas católicas, e como se encontram na antiga Vulgata latina, e deliberadamente rejeitar as tradições antes mencionadas, seja anátema." 1870dC. - Concílio Vaticano I, Ecumênico - Reafirma. 1965dC. - Concílio Vaticano II, Ecumênico - Reafirma. Todos esses concílios e documentos confirmam o cânon bíblico de 73 livros. [editar]Lista dos livros deuterocanônicos do Antigo testamento e Novo testamento São deuterocanônicos (ou apócrifos pelos Protestantes) do Antigo Testamento e do Novo Testamento os seguintes livros bíblicos: Antigo Testamento Tobias Judite I Macabeus e II Macabeus Sabedoria de Salomão Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá ) Baruc (ou Baruque) Fora os livros deuterocanônicos podemos também encontrar fragmentos deuterocanônicas dentro de livros canônicos como: adições em Ester adições em Daniel - nomeadamente os episódios da História de Susana e de Bel e o dragão Novo Testamento Hebreus Tiago Judas II Pedro II João III João Apocalipse Há também fragmentos deuterocanônicos encontrados nos livros chamados protocanônicos pelos católicos, são os seguintes trechos (também encontrado nas bíblias protestantes): Evangelho de Marcos - O final de Marcos (16,9-20). Evangelho Lucas - O episódio do suor de sangue em Lucas (22,43-44), Evangelho João - (5:3'-4). Evangelho João - A cena da mulher adúltera em João (7,53-8,11). Evangelho João - E todo o Capítulo 21 de João, (21,1-25). Esses são os livros e deuterocanônicos do Novo Testamento aceito pelos católicos desde o século I, e considerados apócrifos do Novo Testamento pelos protestantes, que os contestaram como não sendo inspirados e apócrifos, aonde só vieram ser aceitos tardiamente no século XX, mais precisamente no ano de 1926 com o aparecimento das Sociedades Bíblicas. [editar]Os deuterocanônicos e a Igreja Primitiva Estes livros eram já conhecidos pelos cristãos, que os citavam e utilizavam. Os estudiosos encontraram citações destes livros nas obras de Ireneu, Justino, Agostinho, Jerônimo, Basílio Magno, Ambrósio e muitos outros.[carece de fontes] Assim, continuaram a ser considerados como inspirados por muitos deles. Muitos dos Pais da Igreja reconheceram o caráter canônico destes livros. Foi o caso de Ireneu, Justino Mártir, Santo Agostinho, Cirilo de Alexandria, Cipriano, Orígenes.[carece de fontes]Jerônimo inicialmente negou a canonicidade dos deuterocanônicos. Porém, os estudiosos encontraram uma mudança posterior de sua opinião em suas cartas escritas a Rufino de Aquileia e a Paulino, Bispo de Nola. Embora existissem algumas poucas discordância nas opiniões dos Pais da Igreja, esta discordância parece ter sido resolvida depois, ou então não influenciou o parecer comum da Igreja antiga, que continuou usando-os como canônicos. A aceitação comum dos deuterocanônicos como livros sagrados pode-se ainda atestar nas primeiras versões Bíblicas, como a Vetus Latina e a Vulgata. No Oriente, a Septuaginta foi adotada como a versão oficial do Antigo Testamento. [editar]Origem dos deuterocanônicos do Antigo Testamento Os livros deuterocanônicos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, cessara por completo a revelação divina. Entretanto segundo os Evangelhos a revelação do AT durou até João Batista (cf. Mt 11,12-13 e Lc 16,16). Os textos deuterocanônicos, atrás referidos, chegaram até nós apenas em grego (alguns escritos originalmente nessa língua, outros traduzidos duma versão hebraica, que se perdeu), fazendo parte da chamada Bíblia dos Setenta, ou Septuaginta, a tradução da Bíblia em grego, feita por volta do séc. III a.C, para uso dos judeus da Diáspora, e adotada pelos cristãos desde o início como seu texto bíblico de referência. Tais textos não se encontram, pois, na Bíblia Hebraica ou Tanakh. Num famoso encontro de rabinos judeus, o chamado Concílio de Jâmnia, realizado nos finais do séc. I d.C, destinado a procurar um rumo para o judaísmo, após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 d.C, os participantes decidiram considerar como textos canônicos do judaísmo apenas os que existiam em língua hebraica e que remontassem ao tempo do profeta Esdras. Apesar da crítica moderna afirmar que vários livros que constam no Cânon Hebraico são posteriores ao tempo de Esdras (como é o caso do Livro de Daniel), os estudiosos explicam que os Fariseus não dispunham do método científico que existe hoje para se datar uma obra, ou mesmo para se atribuir a ela um autor. De qualquer forma, os critérios por eles adotados excluíram os livros deuterocanônicos do Cânon Hebraico (ou Judaico). [editar]Os Deuterocanônicos do Novo Testamento Houve livros e trechos do Novo Testamento considerados deuterocanônicos pelos católicos e apócrifos pelos protestantes, os livros de Tiago, Judas, Hebreus, Apocalipse, 2 Pedro e 2 e 3 João, assim como trechos do Novo Testamento. Lutero chegou até mesmo não considerar de forma nenhuma canônicos Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse, que na sua tradução da Bíblia para o Alemão deixou-os num apêndice sem numeração de páginas, e assim o mesmo com os deuterocanônicos do AT. Depois os demais reformadores decidiram que estes livros até então chamados de apócrifos do Novo Testamento deveriam voltar à Bíblia. [editar]Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Média e Moderna No início do séc. XV, um grupo dissidente da Igreja Copta (também chamados de Monofisistas), conhecidos como Jacobitas questionaram o Cânon Alexandrino entre outras coisas. Em 1441, O Concílio Ecumênico de Florença, através da Bula Cantate Domino (4/2/1442) reafirma o caráter canônico do Cânon Alexandrino. Com a Reforma Protestante, Lutero volta a questionar o caráter canônico dos Deuterocanônicos. Em 1545, é convocado o Concílio de Trento, que novamente reafirma os antigos concílios, e mantém caráter canônico do Cânon Alexandrino do século III a.C. No início não houve consenso entre os Protestantes sobre o Cânon do AT e do NT. O Rei Jaime I da Inglaterra, responsável pela famosa tradução KJV (King James Version), defendia que os Deuterocanônicos, bem como os protestantes da Inglaterra também concordavam, deveriam continuar constando nas Bíblias Protestantes e por muito tempo os Deuterocanônicos foram aceitos como inspirados por mais de três séculos até o inicio do século XX. [editar]Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Contemporânea Muitos cristãos protestantes têm denominado esses livros como "apócrifos" por alegarem que neles existam incoerências e falta de concretização de fatos narrados nesses livros, chegando a abdicarem da utilização dos mesmos nas suas listas, não os considerando divinamente inspirados. Outro argumento apontado é de que foram escritos no período intertestamentário (período de 400 anos compreendidos entre o Novo e o Velho testamento), ou seja em um período que segundo os teólogos reformadores Deus não teria levantado nenhum profeta (também conhecido como "silêncio profético"). [editar]Deuterocanônicos nas primeiras bíblias cristãs Como a história já registra,[carece de fontes] os deuterocanônicos já faziam parte da vida dos judeus através da tradução grega chamada Septuaginta ou Tradução dos Setenta (LXX). Na primeira tradução da Bíblia para o Latim, conhecida como Vetus Latina já continha os deuterocanônicos do AT. A Vulgata, tradução empreendia por São Jerônimo no séc. IV também continha os deuterocanônicos do AT. Mais tarde, a primeira Bíblia impressa da história, conhecida como a Bíblia de Gutenberg (ver Projeto Gutenberg) também já continha os livros deuterocanônicos do AT. Também nas versões protestantes como a KJV (King James Version) e Reina-Valera também estavam incluidos os deuterocanônicos do AT.[carece de fontes] [editar]Bibliografia

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